A esteatose hepática, popularmente conhecida como “gordura no fígado”, é uma condição que vem crescendo alarmantemente em todo o mundo, inclusive no Brasil. Mais de 35% dos adultos acima de 35 anos convivem com a doença, muitas vezes sem saber, já que seus primeiros estágios costumam ser silenciosos. Neste artigo, você descobrirá os principais sinais e sintomas da esteatose hepática, fatores de risco e o que fazer para reverter esse quadro e prevenir complicações graves como cirrose e câncer de fígado.
O que é a esteatose hepática?
A esteatose hepática ocorre quando há um acúmulo excessivo de gordura nas células do fígado, representando mais de 5% do peso do órgão. Essa condição é classificada em três graus:
- Grau 1 (leve): pequeno acúmulo de gordura, geralmente assintomático.
- Grau 2 (moderado): gordura mais evidente e sinais de inflamação podem aparecer.
- Grau 3 (grave): grande acúmulo de gordura, podendo levar à fibrose e cirrose.
Apesar de ser mais comum em pessoas com sobrepeso, ela também pode afetar indivíduos magros, especialmente se outros fatores de risco estiverem presentes.
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8 sinais que indicam gordura no fígado
Dividimos os sinais em dois grupos: os iniciais, que são mais leves e fáceis de reverter, e os avançados, que indicam comprometimento significativo da saúde do fígado.
Sintomas iniciais da esteatose hepática
- Cansaço constante:
A sensação de fadiga persistente ocorre porque o fígado, responsável pelo metabolismo de nutrientes e produção de energia, está sobrecarregado. Isso afeta negativamente o metabolismo e a produção hormonal, comprometendo energia, humor e até o sono. - Desconforto abdominal ou queimação no estômago:
Pessoas com gordura no fígado frequentemente apresentam sintomas de má digestão, como azia, sensação de peso no estômago e arrotos frequentes. - Excesso de gases:
Alterações na flora intestinal causadas pela esteatose podem levar a uma maior produção de gases. Esse sintoma é tão frequente que radiologistas relatam dificuldade em visualizar outros órgãos abdominais devido ao inchaço causado pelo gás. - Dor ou peso no lado direito do abdômen:
A dor ocorre devido ao aumento do fígado, que pode pressionar nervos na região. Em casos mais avançados, o aumento do órgão pode causar desconforto até na região do ombro direito.
Sintomas avançados da esteatose hepática
- Coceira generalizada:
O acúmulo de sais biliares no sangue, devido à incapacidade do fígado de filtrá-los adequadamente, pode causar coceira intensa, especialmente nas palmas das mãos e solas dos pés. - Icterícia:
O amarelamento da pele e dos olhos é um sinal clássico de que o fígado não está processando adequadamente a bilirrubina, um pigmento produzido durante a decomposição dos glóbulos vermelhos. - Manchas roxas no corpo:
A produção reduzida de proteínas pelo fígado pode prejudicar a coagulação sanguínea, levando ao aparecimento de hematomas espontâneos. - Aranhas vasculares e alterações hormonais:
O excesso de estrogênio, devido à incapacidade do fígado de metabolizar hormônios, pode causar dilatação dos vasos sanguíneos, principalmente no rosto e no tronco. Em homens, pode ocorrer crescimento das mamas (ginecomastia) e perda de pelos corporais.
Fatores de risco para gordura no fígado
Algumas condições aumentam as chances de desenvolver esteatose hepática:
- Obesidade: Cerca de 80% das pessoas com gordura no fígado têm sobrepeso.
- Diabetes tipo 2 e resistência à insulina: O fígado tenta compensar os altos níveis de açúcar no sangue armazenando gordura.
- Colesterol e triglicerídeos elevados: Estão diretamente ligados ao acúmulo de gordura no fígado.
- Sedentarismo: A falta de atividade física reduz a queima de gordura e contribui para o armazenamento no fígado.
- Consumo de álcool: Mesmo em pequenas quantidades, o álcool pode causar danos hepáticos, especialmente quando combinado com outros fatores de risco.
Outras causas incluem o uso prolongado de medicamentos como corticoides, hepatite viral e síndrome dos ovários policísticos.
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Como reverter a esteatose hepática?
A boa notícia é que, em seus estágios iniciais, a esteatose hepática pode ser completamente revertida. Aqui estão quatro passos essenciais:
- Evite o álcool:
O álcool sobrecarrega as células hepáticas, agravando o acúmulo de gordura. - Pratique exercícios físicos regularmente:
Atividades aeróbicas, como caminhadas e corridas leves, ajudam a reduzir a gordura hepática. O ideal é realizar pelo menos 150 minutos de exercícios moderados por semana. - Adote uma dieta equilibrada:
A nutrição é a chave para combater a esteatose hepática. Veja os alimentos que você deve evitar e incluir em sua dieta:Alimentos que devem ser evitados- Alimentos ricos em frutose: Refrigerantes, sucos industrializados e alimentos ultraprocessados.
- Açúcar refinado: Está associado ao aumento de gordura no fígado.
- Alimentos ultraprocessados: Contêm grandes quantidades de açúcar, sal e gorduras não saudáveis.
- Farinha branca: Presente em pães, bolos e massas.
- Óleos vegetais refinados: Ricos em ômega-6, que pode causar inflamação no organismo.
- Frutas frescas: Abacate, laranja e frutas ricas em antioxidantes são ideais.
- Grãos integrais e sementes: Como aveia, linhaça e chia, que possuem fibras e ômega-3.
- Vegetais crucíferos: Brócolis, couve-flor e couve-de-bruxelas, ricos em compostos anti-inflamatórios.
- Azeite de oliva: Reduz o acúmulo de gordura no fígado.
- Cúrcuma: Seu composto ativo, a curcumina, possui propriedades anti-inflamatórias.
- Café: Rico em antioxidantes, reduz a inflamação hepática, mas evite adicioná-lo com açúcar.
- Perda de peso:
Perder 5% a 10% do peso corporal pode trazer benefícios significativos para a saúde do fígado.
Conclusão
A gordura no fígado é uma “ameaça silenciosa”, mas com mudanças no estilo de vida, é possível prevenir e até reverter essa condição. Identificar os sinais precocemente, evitar alimentos prejudiciais e adotar uma dieta saudável são passos cruciais para manter seu fígado saudável.
Cuide do seu fígado e, caso tenha dúvidas, consulte um médico para orientações mais personalizadas. Compartilhe este artigo com amigos e familiares para ajudar na conscientização sobre essa condição. Juntos, podemos combater a esteatose hepática!